terça-feira, novembro 16, 2004

Cavalos

Não fui há Feira do Cavalo. Relato do mesmo dia de milhares de pessoas que de certeza foram:

Chovia, fazia muita lama. Muito cheiro a couro, muita castanha, muito vinho carrascão e cerveja. A gama de cores autorizadas na multidão eram apenas o castanho claro, castanho escuro,beje,verde escuro (ou cor de caça),verde claro, preto acinzentado, preto. Muito cheiro a cavalo, muita menina impressionada com cavalos (é a oportunidade anual de verem um, o resto do ano ficam em cidades), muitos forcados das zonas de Santarém, Moita, Chamusca, Salvaterra de Magos, Cartaxo, Caldas da Rainha, Évora, Beja, Lisboa. Estes confundem-se com praticantes do nobre desporto inglês, o rubgy. Estes dois últimos estão sempre com muito alcóol e montes de casacos verdes e sapatos mocassins. Usam jean curtos e arqueam as pernas ligeiramente. Cabelo estilo capacete. Dois apelidos no último nome.
As senhoras vão dos 14 até aos 73 anos de idade. 47% delas nunca gostou muito de estar na Feira, e só vão porque "está lá toda a gente" (frase de integração: VAIS HÁ GOLEGÃ ESTE FIM DE SEMANA????). Sempre impecavelmente trajadas e com algum frio (usam echarpes e cachecóis de marca). Guiam carros feitos há menos de 3 anos.
A par de haver desfiles de cavalos nas mais diferentes categorias, estilos e amostras de artesanato local e regional, dançava-se e ingeria-se grandes quantidades de etanol num claro conflito de integração e insegurança, e ao mesmo tempo para aquecer do frio. A festa dura até ás tantas até ao romper do dia. Dorme-se até muito tarde.
De certeza que foi qualquer coisa assim, o que me deixa mais descansado é que em todo o mundo uma festa típica é assim.